
PALOP e Timor-Leste destacam harmonização legislativa no combate ao crime
Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste consideram que a transposição do projeto de harmonização legislativa em curso é "muito positiva" e que conduz a resultados práticos na luta contra o crime.
Durante uma reunião do Grupo de Trabalho de Harmonização Legislativa dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e tráfico de estupefacientes, realizada por videoconferência no âmbito do Projecto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito (PACED) nos PALOP e Timor-Leste, no dia 16 de Julho, os seis estados enalteceram a transformação em curso.
Os participantes sublinharam a importância do regime harmonizado e consideraram os trabalhos “incontornáveis” nos processos de revisão em curso nos diferentes países, segundo uma nota do PACED.
A revisão da legislação penal e processual penal em Angola, Cabo Verde e Moçambique, foram exemplos debatidos e considerados como “paradigmáticos” da mais-valia desta actividade do PACED.
O representante angolano destacou a aprovação do regime jurídico sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargada de Bens, a criação do Serviço Nacional de Recuperação de Activos, no final de 2018, entre outros importantes diplomas.
Logo em 2019, Angola anunciou a recuperação, desde o início desse ano, de mais de cinco mil milhões de USD americanos em activos, domiciliados no País e no exterior.
Por seu lado, o representante de Cabo Verde referiu as alterações que se perspetivam no âmbito da legislação de combate ao tráfico de produtos estupefacientes que está a ser elaborada com uma assessoria especializada através do PACED.
Como legislação que beneficiou dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do regime harmonizado, o representante de Moçambique realçou a alteração da lei que criou o Gabinete de Informação Financeira e a aprovação do regime jurídico de prevenção, repressão e combate ao terrorismo e acções conexas, “de grande relevância face aos recentes ataques terroristas no norte do país”.
São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Bissau destacaram igualmente a importância do regime harmonizado para os processos legislativos em curso.